Capítulo 20. FGFR

A família dos receptores do fator de crescimento de fibroblasto (FGFR ou fibroblast growth fator receptor) é composta por quatro (FGFR1-4) membros com atividade e estrutura típicas de receptores transmembrana de tirosina quinase. São expressos em diferentes tipos celulares e, após serem ativados por seus ligantes, os chamados FGF (22 tipos deles já são conhecidos) (13), ocorrem diferentes mecanismos celulares responsáveis por crescimento celular, diferenciação e angiogênese 1 As principais vias de sinalização intracelulares ativadas por eles são a do PI3K/AKT, STAT e RAS/MAPK 2. 

Técnicas avançadas de sequenciamento tumoral tem permitido, de forma crescente, a identificação rápida e acurada de AG em FGFR ser possível em muitos tumores sólidos. Isso o torna mais um atraente alvo terapêutico na moderna era da oncologia de precisão 3. Aberrações específicas tem sido associadas a tumores em particular: FGFR2 e 3 em câncer de bexiga 4 e FGFR1 em carcinoma epidermóide de pulmão, por exemplo, mas virtualmente qualquer membro da família FGFR pode estar em qualquer tumor 5.

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Capítulo 19. RET

O gene RET (Rearranged During Transfection) foi, primeiramente, identificado em 1985 em células da crista neural e tem seu papel ligado ao desenvolvimento embrionário de rins e do sistema nervoso entérico. Mais recentemente, também tem sido implicado, assim como MET, no desenvolvimento de neoplasias malignas 1. Um dos principais mecanismos para isso é o seu rearranjo somático com uma variedade de genes ativadores, levando à formação de novos genes de fusão com capacidade oncogênica. É isso que ocorre em cânceres de pulmão, nos quais ela pode ser identificada em 1-2% destes tumores. Já em outros cânceres, mutação de RET é o mecanismo de base. Em 20% dos carcinomas de tireóide, isso pode ser identificado. Mutações pontuais germinativas de RET também podem levar à ativação constitutiva da atividade da tirosina quinase RET, como a vista na síndrome hereditária conhecida como Neoplasia Endócrina Múltipla tipo 2 (NEM-2) 2. 

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Capítulo 18. MET

HGFR (hepatocyte growth fator receptor), decodificado pelo gene MET (mesenchymal-to-epithelial transition), é o receptor de tirosina quinase transmembrana do HGF. Até o momento, há evidências consistentes de sua associação com a gênese tumoral em várias linhagens histológicas, como carcinomas de pulmão, cérebro, mama, ovário, rim, cólon, fígado e estômago 1,2. A desregulação, e consequente sinalização aberrante, de MET pode ocorrer por diferentes mecanismos. Já foram documentadas várias alterações genômicas (AG) de ganho de função em MET, dentre elas amplificação do gene e mutações ativadoras 3. 

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Capítulo 15. PI3K

Na década de 80, estudos evidenciaram que receptores de fatores de crescimento ativados associados a enzimas e oncoproteínas fosforilavam a Fosfatidilinositol. Esse processo de fosforilação pode ocorrer em três das suas hidroxilas livres formando sete espécies de fosfoinositídeo com diferentes funções na transdução do sinal. Inicialmente, conhecia-se dois fosfoinositídeo: fosfatidilinositol-4-fosfato e fosfatidilinositol-4,5-inositol. Posteriormente, evidencias mostraram que enzimas estimuladas pelo fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) estimulavam a fosforilação do terceira hidroxila produzindo o Fosfatidilinositol-3,4-bifosfato e fosfatidilinositol-3,4,5-trifosfato. Esses achados propuseram que o fosfatidilinositol 3-kinase (PI3K) ativo é importante no mecanismo de resposta celular aos fatores de crescimento para transformação maligna. Nos anos seguintes, pesquisas reafirmaram a via do PI3K ativada como um importante mecanismo de tumorigênese e um hallmark do câncer humano. Associado a esses achados, observou-se que essa via participa da regulação de vários processos fisiológicos em praticamente todos os tecidos.1 

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Capítulo 12. BRCA1/2, BRCAness e síndromes genéticas

Os genes BRCA1 e BRCA2 são genes supressores de tumor localizados nos cromossomos 17q21 e 13q12, respectivamente, identificados após os estudos genéticos iniciais de Mary-Claire King em 1990 [1-5].  Indivíduos portadores de mutações patogênica ou provavelmente patogênica nestes genes (descritas em conjunto como patogênicas) apresentam maior risco de desenvolver uma variedade de tumores, incluindo tuba uterina, peritônio, próstata, pâncreas, mas particularmente câncer de mama e/ou ovário. No geral, as variantes patogênicas nesses genes estão implicadas em cerca de 15% das mulheres com câncer de mama familiar e uma proporção similar nas mulheres com câncer de ovário [9].

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Capítulo 11. Mama hormônio positivo

Receptores hormonais

O câncer de mama com presença de receptores hormonais é o subtipo de câncer de mama mais comum. Em torno de 65% a 80% das mulheres com câncer de mama apresentam a positividade do receptor de estrogênio e/ou progesterona [1].

Estudos no início da década de 2000 identificaram, por meio de análise da expressão genômica, que este subgrupo de câncer de mama tem características distintas dos demais. A expressão de genes semelhante a das células luminais da mama gerou a denominação de câncer de mama luminal para esse subgrupo intrínseco de câncer de mama [2–5].

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